Ansiedade e seus extremos no esporte

Nas últimas semanas, o esporte tem estado no foco do mundo por conta das Olimpíadas de Tóquio 2020. Não só pela torcida pelas mais diferentes modalidades esportivas, mas também por conta de acontecimentos nos quais a relação esporte e equilíbrio emocional foi colocada em cheque.

Vimos a brasileira Rayssa Leal, de apenas 13 anos, e sua tranquilidade ao disputar a prova de skate feminino, mas em contrapartida a ginasta americana Simone Biles, a maior dos últimos tempos, com chances reais de medalha em diversos aparelhos, abrir mão da sua participação em alguns deles em prol da sua saúde mental.

Sabemos que o esporte, e a corrida, que é a nossa paixão, é uma excelente arma para obter melhorias tanto na saúde física quanto na mental. Ele é uma peça chave para redução de transtornos como a ansiedade e o stress.

Por outro lado, é cada vez mais comum entre os atletas, sejam amadores ou profissionais, uma sensação de insegurança e uma pressão em busca de resultados e alta performance nas provas. Na verdade, não só em competições. Até mesmo em treinos comuns isso vem acontecendo.

Não sabemos os motivos que levaram Rayssa a agir com tamanha leveza e muito menos os fatos que se somaram para que Simone tomasse aquela decisão. Porém, o que fica claro é que o esporte tem seus extremos quando o tema é saúde mental.

No texto de hoje, vamos te ajudar a entender melhor como a ansiedade e a corrida se relacionam, com dicas práticas para controlar a ansiedade no esporte.

Corrida: um antídoto natural contra a ansiedade

Como falamos, os benefícios da corrida para saúde física e mental são inúmeros e já conhecidos. Os hormônios produzidos durante e após um treino podem causar sensações de bem estar e ajudar a atenuar ansiedade e depressões, além de outros transtornos mentais.

Foi assim que a Gabriela Marques, Social Media e corredora amadora e esportista Authen, com 5 Meias Maratonas e aproximadamente 50 provas concluídas, lidou com seu problema:

“A corrida me trouxe a sensação de estar viva. Nunca corri para competir, sempre foi para me sentir bem e alimentar essa sensação, porque com a bipolaridade posso ter episódios depressivos. Foi em um deles que conheci a corrida. Fico muito mais calma e lúcida para tomar atitudes e viver com mais tranquilidade. Até brinco que não tomo decisões antes de correr.”

Assim como a Gabriela, inúmeros atletas amadores encontraram no esporte uma fuga para o estresse diário e melhora da saúde mental. Esse também foi o caso da Cienara Candido, Servidora Pública, historiadora e corredora amadora há 5 anos, com aproximadamente 60 provas concluídas, dentre elas 10 Meias Maratona e 02 Maratonas, conquistando 47 pódios, que buscou na corrida um meio de conter vícios e as crises de ansiedade:

“Busquei uma atividade física para eliminar alguns vícios, entre eles o do cigarro, transtornos alimentares e insônia. Comecei na zumba, passei pelo Muay Thai até chegar nas caminhadas no parque. Lá observava um senhor que corria, e pensava: Como ele consegue? Vou tentar! A meta era dar uma volta correndo 1,200km sem parar. Aos poucos os benefícios eram visíveis. Além da perda de peso, meu sono melhorou, mas principalmente minha saúde mental. E o que era uma meta de dar uma volta no lago, virou meu equilíbrio, onde eu me encontro, meu refúgio. É o meu remédio natural para a ansiedade, uma válvula de escape. A corrida cuida do meu corpo e da mente. Correr é libertador.”

Ou seja, correr é sim uma forma de ocupar a mente com outros desafios que não fazem parte do seu dia-a-dia, sendo válvula de escape. Além de beneficiar o corpo, é um antídoto natural para quem sofre de ansiedade.

A outra face do esporte

Como nada em excesso faz bem, quando o esporte se torna o centro da sua atenção e todos os esforços e expectativas são colocadas de forma demasiadamente nele, o que deveria ser uma fuga se torna gatilho para ansiedade e autocobrança.

E esse cenário tem sido cada vez mais comum entre atletas, sejam eles amadores ou profissionais. Um dos principais motivos é a busca por resultado e performance. O que não deixa de ser irônico, pois o maior sabotador da melhora de desempenho na corrida é a própria ansiedade.

Nos profissionais, a busca por resultado tem (ou deveria ter) todo um aparato, com equipe técnica acompanhando toda rotina de treinamento, pois é esse o “trabalho” dos atletas: buscar melhores marcas e vencer competições. Prepará-los emocionalmente para lidar com estas pressões, fazem parte dos objetivos da equipe.

Já amadores, existe sim uma vontade de evoluir na corrida, como nos profissionais, que é natural. Mas essa ansiedade, gerada pela busca desenfreada por resultados e a autocobrança excessiva, deve ser investigada.

Sem equilíbrio emocional nas situações de pressão, seja num dia comum de treinamento ou numa prova, o seu corpo dará sinais de descontrole como: palpitações, taquicardia e outros desconfortos, podendo fazer você “congelar” diante de um simples treino.

Se pergunte “o por quê?”

Listamos abaixo algumas questões que podem ajudar você a desvendar o porquê. Confira:

  • A busca por performance está ligada à vaidade?
  • Será que as redes sociais não estão te afetando de alguma forma?
  • A busca por resultados é uma busca pessoal ou é para provar para alguém que você consegue?
  • Alguém está te pressionando a mostrar resultados expressivos?
  • O quanto levar seu corpo ao limite está te ajudando em outras áreas da vida?

A causa da sua ansiedade precisa ser investigada. Se possível, procure o auxílio de um profissional especializado.

Coloque o esporte no seu devido lugar!

O problema não é a busca por sua melhor performance na corrida em si, ou em qualquer outro esporte que você pratica. Na verdade, tanto faz se você busca tempo, distância, pódios ou a sua melhor versão. A chave é colocar o esporte no seu devido lugar, administrando suas emoções.

É o que defende Vanessa Protásio, Psicóloga e Sport Coach, corredora amadora há 40 anos, com 32 maratonas, além de incontáveis provas:

“O esporte entra na vida da gente como uma ferramenta positiva e não assustadora. Nós somos humanos, fazemos e podemos mudar. Quem vive em uma situação de angústia, tem a possibilidade de equilibrar isso. Uma saída é entrar na atividade física acreditando que ela vai fazer você se sentir bem, e não resolver seus problemas.”

Ou seja, a partir do momento que o significado da corrida muda mentalmente, a proporção das cobranças também mudam.

Outra dica é: tenha outras válvulas de escape para sua saúde mental. Mesclar outras atividades físicas pode reduzir ajudar a equilibrar o peso que a corrida está tendo na sua rotina.

 

Curtiu esse conteúdo? Conta para a gente! Ah, e se você tem alguma amiga que sofre com a ansiedade no esporte, compartilhe esse texto com ela.

 

Escrito por Rafa Arlotta @rafaarlotta

Chegamos para inspirar e incentivar a mulher brasileira para que seja a melhor versão de si por meio da corrida. Somos a marca de roupas esportivas pioneira no país no conceito de Technical Activewear. Unimos design com propósito para oferecer roupas de alta performance com modelagem perfeita ao corpo das corredoras.
Post criado 117

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts Relacionados

Comece a digitar sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione ESC para cancelar.

De volta ao topo