Atividades físicas podem melhorar a sua saúde mental

A saúde mental tem ganhado cada vez maior destaque na mídia e o motivo não é dos melhores. O número de pessoas diagnosticados com doenças como ansiedade e depressão aumentou consideravelmente em todo o mundo e, principalmente, no Brasil.

As mulheres são as que mais sofrem com a doença. 7,7% são ansiosas e 5,1% têm depressão (enquanto isso, a taxa de homens que encontram-se com pelo menos uma das doenças é de 3,6%), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Quais são os principais transtornos mentais?

As principais doenças mentais são:

1. Depressão – Sensação de tristeza profunda, de alta intensidade e persistente, fora da proporção esperada ao acontecimento;
2. Ansiedade – Intensa preocupação e nervosismo, sempre duradouros e bastante frequentes;
3. Síndrome do pânico – Extrema ansiedade acompanhada de dores no peito, agitação, falta de ar, palpitações e suor;
4. Transtorno bipolar – Momentos alternados entre euforia e depressão em um curto período de tempo;
5. Esquizofrenia – Fuga da realidade, alucinações, delírios, motivação diminuída.

Como saber que a saúde mental precisa de atenção especial

Apenas um profissional da saúde poderá indicar corretamente se o seu caso requer a atenção de uma pessoa qualificada. Na maior parte das vezes, é quando o paciente tem a suspeita por mais de duas semanas.

Elas podem aparecer em qualquer época da vida. Entretanto, existem algumas fases que são mais propensas para o surgimento das doenças. Além da juventude e da pós-gestação, a perda de um ente querido também é um grande desencadeador.

Foi o caso da Sara Mineira (@corremineira.sara), que em 2017 estava passando por uma situação bastante delicada.

“Estava passando por um divórcio e tinha perdido a minha mãe havia pouco tempo. Estava entrando em uma crise de depressão.[…] Nessa doença, você acaba não vendo motivos para viver.”

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Como melhorar minha saúde mental?

Essa resposta só poderá ser respondida depois de algumas consultas ao profissional. Dependendo do quadro, o caso só pode ser resolvido através de terapia ou remédios.

Apesar disso, muitos médicos podem recomendar medidas alternativas, que devem ser realizadas simultaneamente com o tratamento principal. Meditação, entrar em um curso de idiomas, produção artística… são várias as possibilidades. No caso da Sara, foi a atividade física.

Foi a indicação de um profissional para usar a atividade física como terapia, muitos médicos usam isso como tratamento alternativo. Naquela época, eu já tinha amigos que corriam, então me interessei pelo esporte.

A corrida também foi uma alternativa encontrada pela Gabriela Marques (@corropelamente).

“Eu sou bipolar e eu estava numa fase depressiva quando minha irmã, que também não corria, me convidou a ir com ela. Logo na primeira corrida, eu senti de cara que fazia muito bem e pensei ‘meu Deus, tô viva!’”.

Benefícios da atividade física para a saúde mental

O caso de ambas tem amparo científico. Muito além dos benefícios para o corpo, como o aumento de resistência física e da capacidade cardiopulmonar, realizar atividades físicas contribui diretamente no bem-estar mental. São alguns deles:

Diminuição de doenças

Realizar atividades físicas, como a corrida, libera endorfina ao cérebro. Conhecida como hormônio da felicidade, ela proporciona sensação de bem-estar, alívio e euforia. Além disso, ser ativo(a) libera dopamina, um tranquilizante e anestésico natural, além de diminuir o cortisol, substância relacionada à depressão e ansiedade.

Isso sem falar do fortalecimento do sistema imunológico, que nos protege dos mais variados tipos de doenças.

Melhor Autoestima

A sensação de bem-estar proporcionada pela liberação de hormônios atuam diretamente na percepção de si mesmo(a). Isso sem contar que a rotina do alcance de metas faz com que você seja mais autoconfiante. Sara sentiu na pele esse efeito.

“Quando comecei a correr, experimentei a superação. Vi que o desempenho estava melhorando, vi a vida sendo transformada por meio dos benefícios da corrida e passei a sempre buscar por mais.”

Relacionamento interpessoal

Principalmente na fase adulta, quando os círculos sociais são mais definidos, é mais difícil conhecer pessoas novas e estimular a interação interpessoal com as pessoas. Praticar atividades físicas é uma ótima oportunidade de conhecer pessoas com gosto em comum e sair um pouco da convivência de sempre.

Não a toa, pelo menos 20% das corredoras começaram no esporte buscando por uma forma de melhorar a saúde mental, segundo uma pesquisa que fizemos com nossas clientes.

Gabi fala que, no início de sua jornada pelo mundo da corrida, sentiu dificuldades de encontrar um grupo como ela e a irmã.

“Naquela época, não tinha tantos grupos de corrida pelas redes sociais. Encontrei pelo Facebook um grupo de pessoas bem mais velhas que eu. Mas hoje, está tudo bem mais fácil.”

Maior e melhor sono

Ao se exercitar, o cérebro recebe hormônios que influenciam a ter um sono melhor, podendo diminuir a insônia. Isso gera outros fatores positivos, como um equilíbrio do humor e também uma melhor concentração do trabalho ou nos estudos.

Melhor memória

A melhoria das funções cognitivas são diretamente influenciadas a partir do aumento da capacidade aeróbica, fenômeno que acontece com quem corre, por exemplo. Os maiores beneficiados são os idosos: aqueles que correm 1 hora por dia, 3 vezes por semana, sentem melhora na atenção, na memória e na agilidade motora.

Gabi consegue controlar a bipolaridade com a corrida

Essas boas sensações sentidas pelo hábito da corrida estimularam as nossas meninas a irem sempre além. Mas, até chegar lá, esse processo demorou um pouquinho para a Gabi, o que só mostra como é importante ser persistente.

“Até eu entender que a corrida era o meu antídoto natural, demorei cerca de 2 anos. Eu não praticava qualquer esporte, eu não tinha esse costume. Mas, em novembro de 2014, terminei a minha primeira corrida.”

Ela tem vários planos para o futuro. Estão entre eles a participação de uma meia maratona fora do Brasil em 2020 e, em 2021, quer correr a sua primeira maratona em Paris.

Graças à corrida, Sara encontrou motivos para viver

Hoje, Sara está motivada a superar objetivos cada vez maiores e gosta de se desafiar. Tanto, que já correu duas maratonas e foi campeã na categoria que competiu na sua segunda grande prova.

“Sou hiperativa, quero sempre novas distâncias, níveis de dificuldade, melhorando meu desempenho nas provas, o grau de dificuldade é o que mais me estimula… Isso acaba me desenvolvendo pessoalmente, também. Acabo animando outras pessoas nas redes sociais a terem a mesma experiência que eu.”

Daqui a dois anos, ela quer correr o Dopey Challenge, competição realizada em diferentes dias que reúne corridas de 5km, 10km, 21km e 42km. Ela diz que precisa se preparar física e mentalmente. Até porque, em 2021, a hoje atleta completará 30 anos.