Já ouviu falar em Tríade da Mulher Atleta?

Quando olhamos para a história da corrida de rua no Brasil, vemos uma crescente na representatividade feminina entre os atletas. De acordo com um estudo realizado pela USP em 2018, 42% dos participantes nas provas de corrida são mulheres.

Com o crescimento das mulheres nessa modalidade esportiva, um quadro recorrente acendeu um sinal de alerta entre os médicos. Observaram que a atleta, quando não se alimentava corretamente e com uma rotina de treinamento de alta intensidade, ficava mais suscetível a alterações menstruais e ósseas.

Foi aí, então, que surgiu o termo Tríade da Mulher Atleta, uma disfunção causada justamente por extremos: excesso de exercícios físicos e falta de nutrição adequada.

O problema vem afetando cada vez mais mulheres, o que reforça a necessidade de informar o que é e mostrar como evitar ou mesmo reverter essa condição. Neste texto, vamos esclarecer ponto a ponto. Confira.

O que é a Tríade da Mulher Atleta?

Como dissemos acima, é uma disfunção que afeta mulheres que fazem atividades físicas intensas ou esportes de alto rendimento, como a corrida, mas que têm um aporte calórico e nutricional inferior ao necessário. Esse desequilíbrio leva o metabolismo a um descompasso que coloca em risco a saúde.

Quando a ingestão calórica é menor do que o gasto energético, o organismo entende que o corpo está em sofrimento e prioriza algumas funções. Isso afeta outras. O alerta é reforçado pela Nutricionista Esportiva e Funcional, Ana Carolina Bulhões (CRN 04101453 ES):

Cuidados com a alimentação são fundamentais para evitar desequilíbrio ou disfunções que resultem em problemas de saúde. Afinal, se a dieta alimentar não for adequada, pouca quantidade de energia proveniente das refeições restará para atender às outras funções do organismo.

Atente-se aos sintomas

Quando a mulher gasta mais energia do que ingere, exigindo demais do organismo, há uma alteração hormonal, com queda no estrogênio, e a mulher deixa de menstruar.

Se você pratica atividades físicas intensas, de alto rendimento, e percebeu ausência de menstruação (amenorreia) por mais de três meses, este é um sintoma importante. Mas ele não vem sozinho.

A Tríade da Mulher Atleta, tem esse nome pois possui 3 componentes principais, um ligado ao outro: a descompensação energética, que causará alteração menstrual, que por sua vez atrapalha a chegada de cálcio aos ossos, gerando uma disfunção do metabolismo ósseo, como a osteoporose, condição na qual os ossos se tornam frágeis e quebradiços.

Portanto, qualquer alteração percebida nesse campo, a mulher deve procurar um especialista para fazer uma avaliação e o diagnóstico correto.

Outros sinais de alerta

Além dos sintomas principais, outros podem ser sinais de alerta para a corredora:

  • Queda anormal no rendimento;
  • Fraturas por estresse;
  • Dificuldade em recuperar o peso;
  • Imunidade em queda: resfriado, sinusite, dores de garganta ou pneumonia;
  • Insônia e fadiga excessiva;
  • Alteração no humor;
  • Queda de cabelo;
  • Alteração na fertilidade;
  • Piora da cognição: prejuízo da concentração, da coordenação e da memória;
  • Risco cardíaco aumentado: por alterações vasculares;

A busca por “padrão estético” em atenção

Se a baixa disponibilidade energética é o fator que desencadeia os principais sintomas da TMA, é importante estar alerta a um fator comportamental que tem relação direta com a busca pelo padrão corporal ideal.

Mulheres e principalmente adolescentes, na busca por um ”corpo perfeito”, vem se submetendo a dietas restritivas, sem acompanhamento adequado e especializado, somando isso a uma rotina de exercícios físicos exaustiva e inapropriada.

Mais uma vez, o alerta é importante: os excessos são prejudiciais à saúde. Se o sedentarismo e uma alimentação rica em calorias representam fatores de risco, o oposto também é verdadeiro. Ana Carolina Bulhões complementa:

Para não pecar nem por falta nem por excesso, o caminho é recorrer a uma alimentação saudável, adequada e balanceada para cada caso específico.

Como tratar a Tríade da Mulher Atleta

Bom, você já aprendeu como preveni-la. Mas, uma vez que a doença se instalou, o tratamento consiste no ajuste da carga de treinamentos (muitas vezes o afastamento dos treinos é inevitável) e adequação da alimentação.

O tratamento requer uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e apoio familiar. A recuperação vai depender do quadro clínico e da própria resposta do organismo, que pode variar de mulher para mulher.

O mesmo vale para o retorno às atividades físicas pós tratamento. Mantenha a equipe multidisciplinar e, principalmente, o médico do esporte. Ele será fundamental para avaliar riscos e monitorar exames, para que o profissional de educação física tenha segurança para planejar a evolução progressiva da intensidade e o volume dos treinos.

 

Gostou do artigo? Compartilha com outras mulheres! Os cuidados com a nossa saúde devem vir de mãos dadas com a informação.

E se você ainda ficou com alguma dúvida ou sente algum dos sintomas da TMA, busque ajuda profissional. Cuide-se!

Chegamos para inspirar e incentivar a mulher brasileira para que seja a melhor versão de si por meio da corrida. Somos a marca de roupas esportivas pioneira no país no conceito de Technical Activewear. Unimos design com propósito para oferecer roupas de alta performance com modelagem perfeita ao corpo das corredoras.
Post criado 117

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts Relacionados

Comece a digitar sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione ESC para cancelar.

De volta ao topo