O anticoncepcional atrapalha o desempenho na corrida?

Entre os diversos métodos contraceptivos, o anticoncepcional é o mais utilizado pelas mulheres. Até porque sua função ultrapassa apenas a prevenção de uma gravidez indesejada, mas pode ajudar a tratar vários problemas, como por exemplo, ovários policísticos.

Embora tenha seus benefícios, muitas mulheres se questionam sobre seus efeitos colaterais. Recentemente alguns estudos relacionaram a pílula a sérios problemas de saúde, como a trombose, depressão e até queda do rendimento esportivo. Isso aumentou ainda mais os questionamentos, principalmente entre as corredoras.

Por isso, esse texto vem para elucidar os efeitos das pílulas anticoncepcionais, o que ocorre no seu corpo, e assim te ajudar a escolher o melhor método para o seu organismo, sem atrapalhar o seu desempenho na corrida.

A fórmula das pílulas anticoncepcionais

Resumidamente, as pílulas anticoncepcionais são produzidas a partir de dois hormônios, o estrogênio e a progesterona.

Como o anticoncepcional age

Os hormônios atuam no eixo hipotalâmico hipofisário, responsável pela variação hormonal do ciclo menstrual, inibindo a ovulação e assim impedindo uma possível gravidez.

O que as pesquisas recentes mostram

Pesquisas recentes dizem que o hormônio presente na pílula interfere no sistema circulatório, dilatando os vasos, a viscosidade do sangue e, consequentemente, a coagulação. Por isso que o risco de trombose aumenta.

Verificou-se que o uso de anticoncepcional oral provocou variações no desempenho aeróbico, capacidade anaeróbia, potência anaeróbia e força reativa ao longo do seu uso.

Está ligado ainda à queixa de retenção hídrica (dependendo do tipo de hormônio utilizado), e à diminuição dos níveis de testosterona ativos.

A testosterona é o hormônio relacionado à libido, disposição e ao anabolismo (aumento de massa muscular). E, quando falamos de performance, seus níveis baixos significam sim prejuízos nessas funções.

Falando sobre a força muscular

Uma pesquisa da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (RS) investigou efeitos dos contraceptivos hormonais sobre o grau de força muscular
e na composição corporal de mulheres atletas, avaliando 2 grupos: o primeiro usava contraceptivos orais e o segundo utilizava a camisinha como método contraceptivo.

Os resultados mostraram que as atletas com anticoncepcional apresentaram medidas de dobras cutâneas, circunferência corporal, percentual de gordura e peso mais elevados do que as atletas do outro grupo.

Isso porque o anticoncepcional hormonal oral estimula a produção de uma proteína chamada de globulina ligadora de hormônio sexual (SHBG). Essa proteína quando se liga à testosterona, diminui sua forma ativa.

E a diminuição da quantidade de testosterona influenciou diretamente a performance física, o ganho de massa muscular e a queima de gordura.

Mas nem tudo é negativo

Os especialistas de um estudo sueco analisaram dezenas de jogadoras de futebol profissionais e descobriram que elas estavam mais suscetíveis a lesões traumáticas durante o período pré-menstrual e menstrual. Em contrapartida, as que disseram utilizar a pílula apresentaram menor taxa de lesões.

Isso se explica pelo fato de os contraceptivos atenuarem alguns sintomas que podem afetar a coordenação nos períodos citados — e, consequentemente, aumentar o risco de contusões.

O uso de anticoncepcionais também tem outro lado positivo. Dentro do ciclo, existem dias em que treinar parece um sacrifício. Quem é mulher sabe: não é fácil lidar com esses altos e baixos hormonais em vários aspectos da vida.

Para as atletas que sofrem interferências físicas ou psicoemocionais e que têm suas performances afetadas pelo período menstrual, é possível programar a menstruação longe do ciclo de competições.

Afinal, anticoncepcional atrapalha o desempenho na corrida?

Entre mulheres que praticam esportes, o uso da pílula oral pode ser negativo para o desempenho esportivo, principalmente pela redução da testosterona (tendo em vista o aumento da concentração da SHBG como dito no texto acima).

Com a redução da testosterona, o ganho de músculo, força e a composição corporal, fatores importantes para o desempenho físico, ficam prejudicados.

Por isso, o uso do anticoncepcional oral pode sim atrapalhar o seu desempenho na equipamento de corrida.

Outros métodos contraceptivos

Para as mulheres que optam por não utilizar o anticoncepcional oral ou outro método com hormônios na composição, existem outros métodos contraceptivos, tais como camisinhas, espermicidas e dispositivos intrauterinos.

Dentre esta última opção, o mais comum hoje é o DIU de cobre. O dispositivo é inserido no útero e dura aproximadamente 10 anos e o eixo hormonal da mulher funciona sem nenhuma interferência.

Vale lembrar que…

Antes de começar qualquer tratamento, consulte um ginecologista, pois só um especialista poderá avaliar qual é a melhor opção para você, levando em consideração seu quadro clínico atual, seus hábitos e sua rotina de treinos.

E vale lembrar que o uso de anticoncepcionais não anula os benefícios dos preservativos no combate às doenças sexualmente transmissíveis (DST).

 

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Escrito por Rafa Arlotta @rafaarlotta com auxilio da Dra. Gabriela Andrews (CRM 5278116-9), ginecologista e obstetra, além de esportista e praticante de corrida e surfe.

Chegamos para inspirar e incentivar a mulher brasileira para que seja a melhor versão de si por meio da corrida. Somos a marca de roupas esportivas pioneira no país no conceito de Technical Activewear. Unimos design com propósito para oferecer roupas de alta performance com modelagem perfeita ao corpo das corredoras.
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