Dizem que uma das coisas mais gratificantes na vida de qualquer esportista ou atleta é saber que a sua história e suas ações serviram de legado e inspiração para outras mulheres mundo afora. Por isso, queremos hoje começar uma corrente que possa servir de estímulo para você.
Reunimos relatos de esportistas e atletas Authen sobre momentos incríveis em suas carreiras de corredoras. São momentos de superação e determinação que você vai poder se identificar, independentemente da sua distância na corrida. Histórias de quem ainda estava começando, de quem superou um câncer, de meia-maratonista e até de medalhista pan-americana. Confira.
“Hoje, sou professora de educação física e posso dizer (…) que tudo começou com a corrida.”
“Incrível mesmo foi quando eu decidi começar na corrida. Eu tinha uns 17 anos, não praticava nenhuma atividade física e eu comecei a ficar incomodada com o meu sedentarismo. Não só pelo meu corpo, que nessa idade já começava a mudar, mas também pela minha completa falta de resistência e ânimo para fazer as coisas.
“Decidi que eu queria mudar e me matriculei em uma academia. Aquelas esteiras me faziam não desistir, eu amava quando tinha corrida na série. Cada vez mais frequentes elas iam ficando e eu mais confiante em mim mesma me tornava. Comecei a me aventurar nas corridas de rua, isso tudo me fazia um bem e me trazia uma felicidade que eu nunca havia experimentado. Não tinha mais volta, eu estava definitivamente apaixonada por esse esporte.
“Hoje, sou professora de educação física e posso dizer, sem dúvida, que tudo começou com a corrida. Pratico vários esportes, mas a corrida… Ah, essa tem sempre um lugar especial.”
Mirella de Souza
“A concretização do sonho era muito maior do que a dor”
“Me dei a maratona de Nova Iorque de presente, depois de ter ficado 2 anos sem poder correr devido ao tratamento de um câncer de pele agressivo que descobri em 2017. Achei que nunca mais correria, quando vi que poderia voltar, em abril de 2019, fui atrás do meu sonho.
“Foi um ciclo difícil, uma lesão no tendão do tibial posterior me fez parar por um mês e, até o dia do embarque, eu não tinha certeza de que conseguiria correr. Tanto que das 12 semanas de treino específico, tive aproveitamento efetivo em só seis. Eu sequer treinei subidas.
“Chegando em Nova Iorque, tudo mudou. Senti que estava tendo a oportunidade de um recomeço na rainha das Maratonas. A concretização do sonho era muito maior do que a dor. Ela desapareceu.
“Era novembro. Largamos de Staten Island com 7 graus, cruzamos a ponte Verrazzano-Narrows, lindíssima, mas as subidas já começaram aí! Decidi que eu não iria olhar para o relógio. Eu realmente não olhei, fui na sensação. Não tinha pretensão de tempo, afinal, estava voltando de lesão.
“Foi uma festa nas ruas, adultos e crianças se posicionam para bater as mãos com os atletas, todos gritam o seu nome… É emocionante, a energia é única. Nos últimos 10 Km, eu fui literalmente empurrada pelos gritos de “Go Roberta”, “Go Brazil”. Não há cansaço que resista, é especial demais!
“Não acreditei quando cruzei o pórtico: 3 horas 18 minutos e 41 segundos! Meu melhor tempo em maratona (essa foi minha quarta, a 1ª depois do recomeço!) Surpresa maior ainda tive quando fiquei sabendo que fui a 5ª melhor brasileira, um sonho vivido e realizado com a maior intensidade do mundo. Indescritível!”
Roberta Weisheimer
“Quando cruzei a linha de chegada, sem andar em momento algum dos 21k, eu entendi o tamanho da força e constância que tenho.”
“Dos vários ensinamentos da corrida, um dos maiores foi descobrir que sou forte. Era domingo, dia das mães, uma meia maratona sem planejamento. Mas lá estava eu, em outro estado, longe da mulher mais forte que amo e conheço no dia dedicado a ela, minha mãe. Lá fui eu, sem nada esperar, mas o corpo não pedia para parar. Ouvi no km 13 alguém falando “feliz dia das mães” e chorei enquanto corria, pensando se valia estar longe da minha mãe naquele dia só para correr. Porém, lembrei também que ela me disse para ir, sim, porque ela me ensinou sobre ser forte e correr atrás dos meus sonhos.
“Ser forte na corrida não é apenas sobre músculos, é sobre o emocional, é sobre tudo o que você deixa para se entregar, eu me entreguei, quando cruzei a linha de chegada, sem andar em momento algum dos 21k, eu entendi o tamanho da força e constância que tenho. Se ela não tivesse insistido para eu ir, eu poderia demorar mais para entender. Hoje, toda vez que penso nos obstáculos da vida, lembro do que já encarei no asfalto e penso que eu sou forte para encarar a vida, também. Toda vez que eu canso, lembro que posso quebrar na corrida, mas jamais desistir.”
Gabi Marques
“Desistir? Mudar de distância? Escolhi seguir.”
“Era abril de 2019, ‘apenas’ 2 anos de corrida e uma aventura: 42.195m de Trail run. Estradas, praias e o que mais amo: trilhas! Tinha tudo pra ser uma prova tranquila. Escolhi o Percurso Sul do Desafio 28 Praias por julgar ser um pouco mais tranquilo que os demais.
Mas como algumas coisas de nossa vida podem fugir do nosso controle, o mundo desaba nos dias anteriores. Não é tão comum uma chuva daquele tamanho em abril.
“Terreno encharcado, ainda mais técnico. Desistir? Mudar de distância? Escolhi seguir. Com mais cautela que o habitual, mas precisava vencer a distância. Não para provar algo. Não por outra pessoa. Apenas por mim. Foram 7h de descobertas, de Fortaleza, de diversão. Eu comemorava a cada Km. O corpo acostumando com distâncias desconhecidas (minha maior distância havia sido 32 Km)… E por fim, a linha de chegada! Foi indescritível!”
Sara Mineira
“Desde os 9 anos de idade, eu dizia que seria uma atleta olímpica.”
“Vou contar um pouquinho sobre como foi a conquista dessa medalha de prata em 1999, nos Jogos Pan-Americanos em Winnipeg no Canadá.
“Eu estava a caminho do aeroporto, indo sentido interior para a capital paulista. Parei em Campinas para pegar um capacete em um loja de bike. Quando fui estacionar o carro, sofri um assalto e tive que entregar tudo… foi aí que começou a maior corrida, na verdade (risos), porque fiquei sem nada, sem nenhum equipamento e nem sequer meus documentos (tive que refazer todos, inclusive passaporte).
“Foi muito difícil perder todos os meus equipamentos na véspera da prova. Isso ocorreu em uma segunda-feira e a prova era sábado.
“Bom, isso teve uma repercussão a nível nacional que me ajudou a conseguir agilizar tudo: passaporte, visto, novos equipamentos etc., para então poder embarcar. Na quarta-feira, após tudo agilizado, consegui embarcar, com quase tudo arrumado. Para quem não sabe, sou triatleta e precisava arrumar desde a bike até os equipamentos de corrida e natação. Em 1999, não era tão fácil assim encontrar equipamentos como hoje, específicos de corrida em lojas de artigos esportivos etc. (também não havia venda pela internet, né?).
“Mas na quarta-feira embarquei e cheguei quinta-feira à noite ao Canadá. Tudo muito corrido! Mas, quando cheguei, a minha felicidade era plena, eu estava ali e em busca do meu sonho Olímpico!
“Essa alegria me fez voar, dar o sangue, fazer a prova 100% com coração, conquistar o pódio e a tão sonhada e desejada vaga Olímpica. Era um sonho de criança. Desde os 9 anos de idade, eu dizia que seria uma atleta olímpica. Os anos passaram e nada, nem mesmo com tudo sendo roubado, me fez deixar de conquistar esse objetivo.
“Com certeza, tudo com sabor mais que especial. Sou muito grata a Deus por ter proporcionado que fosse dessa forma, com esse aprendizado. Também sou grata à ajuda de muitas pessoas, que fizeram essa medalha chegasse ao meu peito!
Carla Moreno
E aí, motivada? Sentindo aquele calorzinho no peito, aquela ansiedade boa de começar a ser protagonista da sua própria história a partir de hoje mesmo? Esperamos que sim. Compartilhe essas histórias com suas amigas, espalhe essa corrente. Faça parte desse time de mulheres que descobrem todos os dias a serem a melhor versão de si.