Ter uma vida ativa por meio da corrida é muito importante para a saúde, ajudando inclusive no fortalecimento da imunidade, nos níveis de energia no organismo e melhorando a qualidade de vida em geral.
Porém, hábitos saudáveis demandam constância, e parar o ritmo e a rotina de treinos por conta de uma gripe ou resfriado pode ser um obstáculo.
Às vezes, isso acontece bem no momento em que estamos nos preparando e treinando para provas. E aí, o que fazer? Parar de treinar? Afinal de contas, correr com gripe ou resfriada faz mal ou pode acelerar a recuperação?
Para te ajudar nessa tomada de decisão sobre o que é melhor fazer, separamos algumas recomendações básicas. Confira.
SINTOMAS DE UM RESFRIADO
O resfriado comum é causado por uma infecção viral que afeta a via respiratória superior (nariz e garganta). Geralmente, ele é brando e dura de 7 a 10 dias e pode vir acompanhado dos seguintes sintomas:
- Coriza;
- Congestionamento nasal;
- Dor de garganta;
- Tosse;
- Espirros;
- Dor de cabeça;
LEMBRE-SE
Para a sua segurança (e a das outras pessoas), antes de treinar, seja ao ar livre ou em locais fechados, faça o teste para identificar se é um resfriado comum ou se é da COVID-19.
TREINAR GRIPADA OU NÃO?
Antes, é preciso dizer que cada organismo reage de uma maneira, tanto ao exercício quanto a uma infecção viral. Por isso, a resposta é: depende!
Fazer atividade física estando gripada pode fazer mal ou não, é preciso avaliar o quadro sintomático, estado de saúde, condicionamento e outros fatores. Se o nariz está escorrendo, se sente bem e sem nenhum outro sintoma, um pouco de exercício pode fazer bem ao seu corpo.
Mas, de uma maneira geral, estando doente, o corpo está ocupado lutando contra uma infecção viral e treinar pode não ser uma boa ideia. Embora seja verdade que a corrida fortalece as defesas e o sistema imunológico do corpo, isto só se aplica a pessoas saudáveis.
DECIDI IR TREINAR… E AGORA?
O esforço e a intensidade do treino devem ser muito baixos. Em algumas circunstâncias, uma caminhada rápida (em vez de correr) pode até já ser o suficiente.
Outra dica é, em temperaturas mais baixas, use um lenço ou uma bandana sobre a boca para se proteger do ar frio. Assim, você não respira o ar gelado diretamente. Ou considere correr em um local fechado.
Lembre-se de beber bastante água, mais do que o normal, para manter as membranas mucosas úmidas. E, após treinar, dê mais tempo para o corpo se recuperar quando você não está se sentindo 100%.
Ah, e cuidado com a combinação de remédios e treino. Remédios com ação descongestionante podem elevar a frequência cardíaca, resultando em dores no peito, dificuldade em respirar ou perda do fôlego. Para quem sofre de asma, o cuidado é ainda mais importante.
ESTOU GRIPADA?
Se você está com febre, calafrios, tosse e dor de garganta, sintomas semelhantes aos da gripe, o seu sistema imunológico está trabalhando com todo foco na sua recuperação.
Neste caso, qualquer esforço adicional sobrecarregará o seu corpo. Treinar assim pode fazer você ficar doente por mais tempo.
Vale ressaltar que o repouso é essencial para permitir ao organismo uma recuperação do impacto causado pela infecção, evitando uma sobrecarga do seu sistema imunológico e a queima das reservas de energia e nutrientes do corpo, essenciais para se curar da gripe sem complicações.
OS RISCOS DA FEBRE
Correr com febre é contraindicado. Isso porque seu corpo perde líquidos correndo, o que também acontece com a alta na temperatura. Juntar essas duas perdas pode levar a um caso grave de desidratação e piorar bastante o quadro.
Por isso, até que a febre passe e você realmente se sinta muito melhor: descanse!
ATENÇÃO A RESPIRAÇÃO
Outro cuidado importante é quando a respiração estiver afetada pela infecção. Estando com o nariz entupido, tosse, espirros e fôlego curto, preservar o corpo com o repouso é o mais indicado.
Se estiver sem febre e os demais sintomas da gripe estiverem em intensidade leve, a corrida pode ser realizada sem grande risco. Não custa reforçar: consulte seu médico antes de seguir essa alternativa.
TOMEI REMÉDIO E ESTOU MELHOR. POSSO CORRER?
Quando tomamos remédios para resfriados nos sentimos melhor mais rápido. Logo, já pensamos que é possível voltar a treinar. Mas o que a medicina diz sobre isso é que os remédios comuns de gripe e resfriados tratam/suprimem os sintomas, mas não eliminam a infecção.
Ou seja, a sensação de bem-estar pode reaparecer antes que o corpo fique realmente saudável. Por isso, tome cuidado.
VOLTANDO A TREINAR
Quando for orientada a voltar às corridas, pegue leve no começo. Reduza a intensidade e corra por períodos mais curtos. E não deixe de se avaliar depois do treino.
Se estiver bem e recuperada, aumente a intensidade gradativamente. Caso contrário, se após o treino notar que os sintomas voltaram, o ideal é interromper as atividades até estar 100% recuperada.
Para te ajudar nesse retorno, separamos 05 dicas para voltar a correr após uma gripe ou resfriado:
- DICA 1: Seu primeiro treino deve ser curto, leve e de baixa intensidade. Se puder, monitore a intensidade de seu treino pela sua frequência cardíaca;
- DICA 2: Depois do retorno, aumente o dia off ou tempo de descanso entre o próximo treino e este primeiro, para ajudar a se recuperar. Não deixe de observar como seu corpo reagiu antes de recomeçar;
- DICA 3:Consulte um médico e faça um check-up antes de começar a treinar forte novamente;
- DICA 4:Se você parou por 7 dias de treinar por conta de um resfriado ou gripe, fique esse mesmo tempo, após o retorno, sem treinos intensos. Isso ajudará a não sobrecarregar o corpo, o que te deixaria doente novamente;
Assim como para quase tudo, no esporte não seria diferente: ouça o seu corpo e avalie sua situação sob a sua perspectiva. Só assim poderá saber se irá se sentir mal ou não com a prática de exercícios. Fique atenta e cuide-se!
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Escrito por Rafa Arlotta @rafaarlotta com auxílio da Dra. Gabriela Andrews (CRM 5278116-9), ginecologista e obstetra, além de esportista e praticante de corrida e surfe.